Por Luana Caires
Reykjavik é 100% abastecida por energia renovável, foto: Benjamin Dumas
Se transformar em uma cidade sustentável está longe de ser uma tarefa fácil, mas também não é impossível.
((o)) Eco selecionou 10 localidades que podem até não serem ecologicamente perfeitas, mas são exemplos de que é possível diminuir o impacto ambiental de um centro em urbano optando por um planejamento que inclua o verde em sua paisagem e preze por formas mais sustentáveis de organização.
Confira a seguir o que foi ou tem sido feito para tornar essas urbes mais “verdes”.
1. Reykjavik, Islândia
Há mais de 50 anos a Islândia tem se empenhado em diminuir sua dependência de
combustíveis fósseisaproveitando seu potencial natural para a geração de eletricidade. Não é de se estranhar que sua capital seja 100% abastecida por energia limpa e de baixo custo. Parte dos veículos da cidade já são movidos a hidrogênio, tendência que deve aumentar ainda mais. O país está investindo pesado nessa tecnologia e pretende se tornar uma “economia do hidrogênio” nas próximas décadas. No mês passado, foi
posto em prática um experimento perto das
usinas geotérmicas de Reykjavik para testar a viabilidade de se estocar carbono criando emendas de calcário no subsolo. Se tudo ocorrer como esperado, o dióxido de carbono ficará permanentemente aprisionado no solo, o que deve permitir que usinas geotérmicas se livrem dos dióxidos de carbono que elas trazem das profundezas e se tornem efetivamente neutras.
2.Malmö, Suécia
Pioneira na utilização de energia renovável, Malmö também é apontada como a
primeira cidade de Troca Justa da Suécia. Ali, o governo tem incentivado o consumo de mercadorias locais produzidas eticamente, promovendo a conscientização dos seus habitantes sobre a importância de se estabelecer um mercado justo e sustentável. A cidade recicla mais de 70% do lixo coletado e os resíduos orgânicos são reaproveitados para a
fabricação de biocombustíveis que, juntamente com a energia hidrelétrica, solar e eólica, alimenta o Western Harbor, uma comunidade 100% dependente de energia limpa. Além disso, Malmö possui
mais de 400 quilômetros de ciclovias em seu território – cinco quilômetro s a mais Copenhague, na Dinamarca–, sendo a cidade sueca com maior número de vias para ciclistas. No ano passado, o uso das bicicletas aumentou 11% e 40% dos deslocamentos relacionados ao trabalho foram feitos utilizando a magrela.
3.Vancouver, Canadá
Líder do ranking das cidades mais habitáveis do mundo por quase
dez anos, Vancouver é a cidade norte-americana com a
menor pegada de carbono. Mais de
200 parques esverdeam a sua área urbana e pelo menos
90% da sua energia já provém de fontes renováveis. Em 2005, o governo colocou em prática uma estratégia para que todos os edifícios construídos na cidade oferecessem uma melhor performance ambiental. Desde então, disponibiliza para a população todas as informações necessárias sobre como diminuir o impacto de suas residências e
oferece incentivos para que seus habitantes façam uso de energia solar. Até 2020, a cidade pretende neutralizar toda a emissão de gases estufa proveniente dos seus edifícios, que hoje são responsáveis por
55% das emissões de Vancouver.
Por quase 10 anos, Vancouver liderou o ranking das cidades mais habitáveis do mundo, foto:R.Fun
4.Copenhague, Dinamarca
Quando o assunto é ecocidade, Copenhague é um dos principais nomes que devem vir à sua cabeça. No ano passado, ela ficou entre as cidades Mais Habitáveis do mundo, de acordo com a classificação da revista
Monocle, e faturou
o título de Melhor Cidade para Ciclistas. Cerca de 40% de sua população pedala diariamente para se deslocar pela área urbana e foi lá que surgiu pela primeira vez o empréstimo público de bicicletas. Desde 1990, a cidade conseguiu
reduzir suas emissões de carbono em 25% e até 2015 o governo pretende transformá-la na ecometrópole número um do mundo. Além do investimento em fontes limpas de energia – lá foi inaugurada, em 2001,
um dos maiores parques eólicos marítimos do mundo –, Copenhague é elogiada pelos esforços desenvolvidos na última década para manter as
águas de seu porto limpas, local tão seguro que hoje pode até receber banhistas.
5.Portland, Estados Unidos
Ela tem inspirado outros centros americanos a incluir espaços verdes em seu planejamento urbano. Para conservar os áreas vegetativas em sua volta, foi estabelecido um limite para o avanço da urbanização da cidade, que conta com
92 mil acres de área verde e mais de
300 quilômetros de ciclovias. Portland foi a primeira cidade dos Estados Unidos a aprovar um plano para reduzir as emissões de dióxido de carbono e tem promovido sistematicamente a construção de
prédios verdes. Além disso, cerca de 40% de sua população utiliza ou a bicicleta ou o transporte coletivo para ir ao trabalho e, desde de outubro, o governo recolhe os resíduos orgânicos, que são enviados para centros de compostagem. Hoje, metade da energia utilizada pela cidade é obtida a partir de fontes limpas, como a
luz solar e o aproveitamento de resíduos para a produção de
biocombustível.
6.Bahia de Caráquez, Equador
A Bahia de Ceráquez é um verdadeiro paraíso para os ecoturistas. Nos anos 90, o local foi devastado ao ser atingido por um terremoto. Então, o governo e algumas ONGs decidiram reconstruí-la como uma
cidade sustentável. Eles desenvolveram programas para conservar a biodiversidade local e controlar a erosão, implantaram esquemas de incentivo à agricultura orgânica e de reutilização dos resíduos privados e dos mercados públicos na compostagem. É de lá a primeira
fazenda orgânica certificada de camarões.
7. São Francisco, Estados Unidos
Ela foi a primeira cidade americana
a banir o uso de sacolinhas plásticas e brinquedos infantis fabricados com produtos químicos questionáveis. São Francisco é também uma das cidades líderes na construção de prédios verdes e já possui
mais 100 deles. Quase metade dos seus habitantes utiliza o transporte publico ou a bicicleta para se locomover todos os dias e mais de 17% da população faz bom proveito dos parques e das áreas verdes da cidade. Em 2001, os eleitores aprovaram um incentivo de
100 milhões de dólares para o financiamento da instalação de painéis solares e turbinas eólicas e de reformas para tornar as instalações públicas da cidade mais energeticamente eficientes.
São Francisco foi a primeira cidade americana a banir o uso de sacolas plásticas, foto: Billy Gast
8. Sidney, Austrália
9. Freiburg, Alemanha
Desde que foi reconstruída após a Segunda Guerra Mundial,
Freiburg vem experimentando o modo de vida sustentável. É lá que se encontra a famosa
Vauban, uma vila de 5 mil habitantes criada para servir de distrito modelo de sustentabilidade. Todas as casas são construídas de maneira a provocar o menor impacto possível no meio ambiente, mas ela é conhecida mesmo por ser uma comunidade livre de automóveis e que incentiva modos mais
ecológicos de deslocamento. Em Freiburg também existe uma
vila totalmente abastecida por energia solar.
10. Curitiba, Brasil